Ainda sem respostas do Governo às reivindicações e propostas feitas, as três associações de transportadores rodoviários de mercadorias exigem ao Executivo uma reunião ao mais alto nível que “produza os resultados esperados”. O prazo decidido na Batalha pela ANTP e pela ATTIMA termina amanhã.
Ao longo da semana, dirigentes da Antram, da ANTP e da ATTIMA desdobraram-se em contactos, que culminaram com reuniões a três ontem e hoje. No final, em comunicado conjunto, as associações lembram o Memorando de Entendimento assinado com o Governo em Julho de 2010, para dizerem que “estas negociações e indecisões não podem prolongar-se”. E por isso, dizem, “aguardam e desejam (…) que o Ministério dos Transportes consiga concretizar as condições para anunciar a realização de uma nova reunião que, elevada ao nível que se exige (….), produza os resultados pretendidos”.
Juntas, as associações dizem representar 11 mil empresas do sector, 72 mil trabalhadores e mais de quatro mil milhões de euros gerados anualmente.
Entretanto para amanhã a Direcção da Região Centro da Antram tem agendada uma reunia com os associados, para discutir os problemas do sector. Nessa reunião deverão participar também dirigentes da ANTP e da ATTIMA, que para tal foram convidados pelo presidente da Direcção Regional, Sousa Gomes.
No passado sábado, na Batalha, associados da ANTP e da ATTIMA decidiram dar ao Governo um prazo até amanhã, sábado, para dar resposta às reivindicações do sector. Sob pena de avançaram para a paralisação.
Pedro Morais, presidente da Direcção da ATTIMA, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS não terem sido ainda contactados pelo Executivo. E sobre o que poderá acontecer a partir de amanhã, limitou-se a dizer que “se for vontade da maioria parar, nós teremos de estar disponíveis para apresentar e defender as suas reivindicações”.
Entretanto, a ATTIMA denunciou hoje aquilo que considerou ser uma “perseguição aos transportadores” movida pelo Governo, através de “acções conjuntas das forças policiais, Finanças, ACT e IMTT”.
Tais acções terão ocorrido em Setúbal, na praça de portagem da ponte 25 de Abril, na ponte Vasco da Gama e na Batalha, havendo casos de viaturas que “estiveram paralisadas por mais de hora e meia até receberem ordem de marcha”.
Em comunicado, a ATTIMA lamenta “que seja o próprio Estado a incendiar, catapultar e incentivar os empresários à revolta e à paralisação do sector”. Ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, o presidente da Direcção afirmou que “a “máquina” [do Estado] está montada, a vigiar os movimentos dos transportadores”.