Depois de ter previsto lucros de oito mil milhões de dólares para o sector, a Drewry diz agora que as companhias de transporte marítimo de contentores já terão sorte se atingirem o break even.
O aumento da capacidade disponível, a descida da procura e a guerra de preços está a ser uma tempestade perfeita para o sector do transporte marítimo de contentores, de acordo com um relatório da Drewry.
Na análise, citada pela “Reuters”, a consultora corta drasticamente a sua anterior previsão de oito mil milhões de dólares (7,3 mil milhões de euros) de lucros do sector. “A nossa previsão revista é que [o sector] terá sorte se ficar no break even este ano”, indica.
A Maersk Line, líder de mercado, teve (ao contrário da generalidade das companhias no top 20 mundial) um lucro de 2,2 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros) em 2014. A companhia dinamarquesa previa voltar a crescer no presente exercício, mas pode, segundo alguns analistas, rever os objectivos em baixa quando apresentar os resultados do primeiro semestre, no dia 13 de Agosto.
“A nossa perspectiva é que a AP Moller-Maersk faça um downgrade às previsões dos lucros deste ano quando anunciar as contas do segundo trimestre”, afirma Jesper Christensen, da Alm. Brand Markets.
Em relação aos preços do frete, no Ásia-Europa foi atingido em Junho último o ponto mais baixo desde que o indicador Shanghai Shipping Exchange foi criado, em 2009. O preço por contentor foi de 205 dólares (185,8 euros) naquele mês, tendo a média de 2015 sido de 666 dólares (603,8 euros), pelas contas da “Reuters”. Para ser rentável para as companhias, o frete naquela rota tem de situar-se entre 800 e 1 000 dólares (725,4 e 906,7 euros).
Cerca de 90% dos bens mundiais são transportados por via marítima e, desses, 70% são-no em contentores.