Nem ministério, nem secretaria de Estado. Os transportes de mercadorias e a logística não são contemplados na orgânica do novo Governo., hoje conhecida.
Num Governo mais pequeno que o anterior – apenas 17 ministros (menos dois) e 38 secretários de Estado (menos 12), os transportes e a logística continuam sem ter lugar. Apesar da sua importância evidenciada e reconhecida nos últimos tempos, e apesar das reclamações de diferentes associações empresariais do sector.
Na nova orgânica do Executivo, mantém-se o Ministério das Infraestruturas e Habitação, que continuará liderado por Pedro Nuno Santos, com as secretarias de Estado das Infraestruturas e da Habitação. O Ministério do Mar perde autonomia e é integrado no novo Ministério da Economia e do Mar, agora conduzido por António Costa Silva, o “pai” do PRR. O Ministério do Ambiente e Acção Climática fica entregue a Duarte Cordeiro, integrando a secretaria de Estado da Mobilidade.
Pedro Nuno Santos, um dos ministros mais mediáticos do anterior Executivo, terá entre as tarefas próximas a nomeação das novas lideranças da Infraestruturas de Portugal, da CP e de todas as administrações portuárias à excepção da APDL. Sob a sua alçada mantêm-se dossiers fundamentais como a reestruturação da TAP, o novo aeroporto de Lisboa, ou a concretização do Ferrovia 2020 e do PNI 2030, com natural destaque para a linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa.
No imediato, o ministro terá de buscar, com os players do sector e os seus colegas de Executivo, soluções duradouras para atacar os problemas que afectam, desde logo, a competitividade do transporte rodoviário de mercadorias.,
Não são apenas associações empresariais que têm razão para estar desiludidas. Também técnicos e académicos têm vindo a criticar a estratégia de transportes, desde a inexistência de um calendário para as interligações ferroviárias com a Europa de acordo com o regulamento 1315/2013 até ao despejo do terminal da Bobadela e à dificilmente justificável separação da mobilidade urbana pesada no ministério do Ambiente relativamente ao das Infraestruturas.