A Transtejo e os Astilleros Gondán já assinaram o contrato para o fornecimento dos dez ferries eléctricos. Fica a faltar o visto do Tribunal de Contas
“Foi assinado pela Transtejo e pelo consórcio vencedor do concurso, na sexta-feira, 29 [de Janeiro], o contrato para a construção dos dez barcos elétricos que reforçarão a oferta de transporte fluvial na Área Metropolitana de Lisboa”, anunciou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
João Pedro Matos Fernandes disse ainda esperar que os primeiros navios possam ser entregues “em Abril de 2022″, conforme o prazo previsto inicialmente.
Matos Fernandes lamentou os “atrasos provocados pela contestação de um concorrente”, lembrando que “o tribunal considerou improcedente a reclamação, podendo, assim, avançar a assinatura do contrato”.
“Falta o visto do Tribunal de Contas para a encomenda avançar”, acrescentou, sublinhando que se concretizará, assim, “a principal operação de transporte fluvial de passageiros eléctrica do mundo”.
O ministro adiantou também, em relação ao transporte fluvial, que em 2020 foram intervencionados três catamarãs, passando a sua capacidade de 600 para 700 lugares, acrescentado que, quando os navios vão para manutenção em estaleiro, “procede-se a essa transformação”.
De acordo com Matos Fernandes, encontram-se “em curso ou em fase de lançamento de concurso” as obras de requalificação dos terminais do Barreiro e de Cacilhas, com verbas inscritas no Programa de Estabilização Económica e Social.
No caso do Seixal, referiu o ministro, a intervenção no cais “foi realizada com sucesso”, estando as novas instalações a operar desde 14 de Dezembro.
Em resposta a uma questão do deputado social-democrata Carlos Silva, o ministro do Ambiente garantiu estarem reunidas todas as condições em termos de manutenção dos navios, bem como dos pontões para os servir.
Em meados de Outubro, a Transtejo adjudicou ao estaleiro espanhol Astilleros Gondán, S.A. o fornecimento de dez navios totalmente elétricos, a partir de 2022, para as ligações entre Lisboa e a margem sul do Tejo.
Para a empresa de transporte fluvial, trata-se de um investimento “numa frota de navios ambientalmente sustentável, dotada de um sistema de propulsão 100% eléctrico, com consumos energéticos inferiores aos dos navios actuais e sem emissões de GEE [em 2019, o consumo de gasóleo foi de cerca de 5,249 milhões de litros, correspondente à emissão de 13 122 toneladas de CO2]”, indo ao encontro das políticas para a descarbonização.