Já chegou a Lisboa o primeiro dos dez ferries eléctricos encomendados pela Transtejo, anunciou a empresa. Depois das vistorias técnicas, iniciar-se-á a formação das tripulações.
Dois dias depois do polémico relatório do Tribunal de Contas sobre a compra dos ferries eléctricos pela Transtejo, que levou à demissão de administração da empresa, chegou ao porto de Lisboa a primeira das embarcações e, ao que parece, a única que tem garantidas as necessárias baterias para navegar.
O “Cegonha-Branca”, assim foi baptizado o ferry, irá ter agora o seu primeiro carregamento de energia, “sob acompanhamento de equipas técnicas especializadas”, seguindo-se as vistorias, o processo de legalização e a formação, avançou a Transtejo em comunicado.
Até ao final do ano corrente são esperados mais três navios, reafirmou a operadora fluvial. No entretanto, estão a ser construídas “cinco modernas estações de carregamento” nos terminais fluviais do Seixal, Cais do Sodré, Cacilhas e Montijo, acrescentou.
Os terminais de carregamento vão permitir, explica a Transtejo, o carregamento rápido dos navios, durante as operações de tomada e largada de passageiros.
“Prevê-se a entrada em funcionamento destas estruturas durante o segundo semestre deste ano. Até lá, durante a fase de formação das tripulações, será utilizado o sistema de carregamento instalado na doca sita em Cacilhas”, lê-se no comunicado.
Na nota, a empresa faz referência aos 43 anos dos cacilheiros, dá as boas vindas ao novo “ícone do Tejo” e lembra que a nova frota 100% eléctrica surge como resultado de um concurso público internacional.
“Pelas suas características, a nova frota permitirá melhorar a experiência da viagem fluvial, alcançar ganhos em eficiência energética, reduzir os actuais custos de manutenção e eliminar a emissão de C02”, salienta a Transtejo, destacando que as novas ligações pelo Tejo também não provocarão ruído, vibração ou odores, contribuindo para melhorar os ecossistemas e biodiversidade do rio.
Cada navio, simbolicamente, será baptizado com o nome de uma ave autóctone do estuário do Tejo.
“Com um investimento total de cerca de 82,4 milhões de euros, o Plano de Renovação da frota Transtejo contribui para o compromisso nacional de redução da pegada de carbono e de combate ao aquecimento global e para a implementação de estratégias de redução dos gases com efeito de estufa (GEE), através de um sistema de transportes colectivos fluviais eficientes e de qualidade”, é referido no comunicado.