Os tripulantes da HMM decidiram ir para a greve e ameaçam mudar-se de armas e bagagens para a MSC, pondo em risco 20% das exportações da Coreia do Sul.
Fartos de terem os salários congelados e confrontados com os lucros recorde da HMM, os tripulantes e o pessoal de terra da HMM reclamam aumentos e bónus muito superiores aos propostos pela gestão da empresa, que continua sob intervenção estatal.
Reunidos em plenário, mais de 90% dos cerca de 450 dos trabalhadores embarcados, com os salários congelados há seis anos, votaram o recurso à greve e a possibilidade de “desertar” em massa para a MSC, que pratica salários substancialmente superiores e precisa de marítimos para a sua frota em rápida expansão.
Os cerca de mil trabalhadores de terra, que não veem aumentos há oito anos, têm um plenário agendado para a semana, também para a decidirem a greve.
A administração da HMM começou por propôr aumentos de 5,5% e um bónus de um mês de salário para cada trabalhador. A última proposta prevê um aumento de 8%, um bónus de 300% do salário para os trabalhadores e de 200% para o sindicato.
Os trabalhadores reclamam aumentos de 25% e bónus equivalentes a 12 meses de salário.
A HMM esteve em risco de falência, tendo sido salva pela intervenção do Estado, que continua a financiar a expansão da frota. A HMM assegura o transporte do equivalente a cerca de 20% das exportações da Coreia do Sul.
No primeiro semestre do ano corrente, a companhia alcançou um resultado operacional de 2,1 mil milhões de dólares, os melhores de sempre e 1 662% acima do realizado há um ano, ainda que os lucros se tenham ficado pelos 350 milhões, prejudicados pelas perdas com produtos derivados.