A Uber anunciou a suspensão da atividade em Macau a partir da próxima sexta-feira, ao cabo de dois anos em que acumulou multas impostas pelo governo local.
“Lutámos muito todos os dias para legitimar a nossa operação em Macau. (…) Infelizmente, ainda há espaço para melhorar neste aspeto”, indica o comunicado da plataforma.
“Por isso, depois de uma análise cuidada, decidimos suspender temporariamente as nossas operações em Macau às 23h59 de sexta-feira, 21 de Julho”, acrescenta a nota, assinada por Trasy Lou Walsh, directora-geral da Uber Macau.
Ao suspender a actividade em Macau temporariamente, a Uber diz esperar abrir a porta para um “diálogo construtivo com as partes interessadas” em Macau e “explorar novas formas de voltar a servir a cidade”.
O serviço da Uber é considerado ilegal pelas autoridades de Macau, que aplicam multas de 30 000 patacas (3 300 euros) nos casos em que “os veículos são utilizados em serviço remunerado com finalidade diferente da autorizada ou da constante da sua matrícula”.
Em Setembro do ano passado, quando ponderou abandonar o território, a Uber já acumulava mais de dez milhões de patacas (um milhão de euros) de multas, segundo os dados governamentais então divulgados.
A resistência do governo de Macau em legislar sobre as plataformas como a Uber contrasta com a posição de Pequim, que já no ano passado regulou as actividades da Uber, da Didi Chuxing e de outras aplicações de transporte.
Questionado a propósito, na Assembleia Legislativa de Macau, o secretário que tutela os Transportes, Raimundo do Rosário, reconheceu que a população e visitantes “se têm manifestado descontentes com a qualidade do serviço de táxis”, mas insistiu que qualquer veículo usado no transporte de pessoas e todos os motoristas têm de se sujeitar à legislação que regulamenta os táxis em Macau.