A União Europeia (UE) e os EUA assinaram as tréguas na disputa sobre os subsídios ilegais concedidos à Airbus e à Boeing.
No imediato, os dois blocos acordaram suspender por cinco anos as taxas que têm vindo a aplicar às exportações mútuas em retaliação pelos apoios concedidos por Bruxelas à Airbus e por Washington à Boeing.
“Temos um acordo para chegar a uma solução de longo prazo. Enquanto isso, as sanções serão suspensas”, disse uma fonte europeia à “France-Presse” (AFP). “É um bom acordo, uma longa trégua”, disse uma outra fonte próxima do processo, cujas discussões ocorrem no âmbito da cimeira UE/EUA, em Bruxelas.
O prazo de cinco anos agora fixado deverá servir para fechar um acordo final na disputa que dura há 17 anos.
A UE e os EUA estão em confronto desde Outubro de 2004, perante a Organização Mundial do Comércio (OMC), por causa das ajudas públicas pagas aos dois grupos fabricantes de aeronaves, consideradas ilegais.
Sob a administração Trump, Washington foi autorizado, em Outubro de 2019, a cobrar impostos sobre quase 7,5 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros) de bens e serviços europeus importados a cada ano, até 25% para vinhos e bebidas destiladas e 15% para aeronaves Airbus.
Um ano depois, a OMC autorizou Bruxelas a cobrar impostos sobre produtos importados dos EUA e, desde então, a UE impôs tarifas sobre 4 mil milhões de dólares das exportações dos “States”.
O actual Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha garantido, em 14 de Maio, que estava a fazer o possível para chegar a um acordo sobre a disputa até Julho. O acordo foi, de facto, alcançado durante a primeira cimeira entre a UE e os Estados Unidos desde 2017, hoje realizada presencialmente na capital belga, e põe fim à disputa mais longa da história da OMC.