O investimento chinês em portos e terminais comunitários poderá passar a ficar dependente da autorização de Bruxelas.
A crescente presença de empresas chinesas nos portos europeus – em particular naqueles que integram a Rede Trans-europeia de Transportes, está a preocupar o Parlamento Europeu, que pretende uma vigilância mais apertada de Bruxelas, no âmbito da politica de investimento directo estrangeiro.
O assunto ganhou actualidade e premência com a recente compra pela COSCO de 24,9% do capital do Container Terminal Tollerort (CTT), no porto de Hamburgo.
A COSCO, mas também o China Merchants Group e a Hutchison Holdings, ou mesmo o fabricante de gruas portuárias ZPMC estão na mira das preocupações.
Os eurodeputados, e não só, temem a influência do governo de Pequim na gestão dessas empresas, numa lógica de alinhamento com os interesses estratégicos da China no contexto mundial. Mas levantam questões de concorrência e até de cibersegurança.
Em consequência, a proposta que será apresentada à Comissão Europeia, no âmbito da revisão do Regulamento sobre Investimento Directo Estrangeiro aponta para que a autorização de compras de posições maioritárias nos portos e terminais europeus passa a ser uma competência exclusiva do Executivo comunitário, na prática restringindo a competência das autoridades dos estados-membros aos negócios que envolvem apenas posições minoritárias.
A China está presente em 15 portos comunitários, na Grécia, Malta, Itália, Espanha, França, Bélgica, Países Baixos e Alemanha.
Os investimentos chineses nos portos tendem a animar os fluxos comerciais entre os dois blocos, facto que deve também ser tido em conta na análise que se seguirá à apresentação da proposta.