Cerca de 20% dos camiões superam o limite de emissões de óxido de azoto, de acordo com um estudo realizado na Alemanha.
O estudo mediu as emissões de 141 camiões, 40 na categoria de emissões Euro V, 100 na categoria Euro VI e um veículo Euro III. Os testes foram realizados em condições reais de condução, utilizando dispositivos de medição em veículos que circulavam atrás dos camiões alvo de controlo.
Dos 141 veículos controlados, 52 tinham matrícula alemã, enquanto os outros 89 eram de outros Estados-membros da UE e de alguns países terceiros, em particular Rússia, Bielorrússia, Sérvia e Turquia. “Os resultados revelam que um grande número de veículos no Leste da Europa está entre os 28 que não passaram no teste”, indicam desde a Transport & Environment (T&E), que divulgou a análise.
O estudo foi encomendado pelo grupo ecologista alemão Environmental Action Germany à Universidade de Heidelberg. As emissões medidas chegaram a ser superiores em 300% ao máximo legal.
“Esses resultados vêm de um único Estado-membro da UE, mas um estudo semelhante realizado na Áustria sugere que esse é um problema que afecta toda a Europa”, refere, citada em comunicado, Anna Krajinska, engenheira de emissões de T&E.
A especialista reclama “ensaios independentes adequados para veículos pesados de transporte de mercadorias para garantir a conformidade com os limites de emissão ao longo da vida útil do veículo”. Krajinska considera que a Comissão Europeia deveria “concentrar-se nesses testes, bem como num melhor controlo rodoviário de camiões que excedam os limites”.
Axel Friedrich, especialista em transporte rodoviário internacional que supervisionou o desenvolvimento do estudo, defende que “se um em cada cinco camiões testados não cumpre as normas, isso significa que a tecnologia que regula as emissões tem defeitos ou foi manipulada”.
O mesmo responsável recorda que “a tecnologia actual permite que os veículos Euro V e Euro VI sejam limpos na estrada” pelo que não se deve permitir “que as regras sejam contornadas através do engano dos transportadores e do controlo inadequado”.