A Vale Moçambique retomou o transporte de carvão pela Linha do Sena, em direcção ao porto da Beira, depois de meses de interrupção.
A primeira composição, com quatro locomotivas e 84 vagões carregados, chegou ao terminal de carvão do porto da Beira, Moçambique, na manhã da passada quarta-feira, escreveu o “Notícias” de Maputo.
Antes da interrupção do transporte de carvão, a Linha do Sena chegou a conhecer um tráfego intenso, com uma média diária de 22 comboios em ambos os sentidos, transportando desde carvão mineral da Vale, até carga da Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique e passageiros das várias comunidades servidas pela linha.
O reinício dos carregamentos de carvão, que haviam sido suspendidos na sequência de dois ataques armados que causaram feridos ligeiros (o mais recente dos quais ocorrido em finais de Julho), foi tornado possível após a estatal Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique, proprietária da linha, se ter responsabilizado pela segurança da mesma.
A linha de caminho-de-ferro do Sena foi recentemente alvo de obras de modernização, que permitiram aumentar a capacidade de escoamentom de 6,5 milhões para 20 milhões de toneladas por ano, diminuir o número de descarrilamentos e aumentar a dimensão das composições, que agora podem ser constituídas por um máximo de seis locomotivas a puxar 100 vagões.
Estas obras foram adjudicadas à portuguesa Mota-Engil e custaram 163 milhões de dólares.
A Linha de Sena, com 357 quilómetros, liga o porto da Beira, via Dondo, ao Malawi, e inclui o ramal de Inhamitanga – Marromeu (88
quilómetros) e o troço Dona Ana – Moatize (254 quilómetros), constituindo a espinha dorsal da região centro de Moçambique e do vale do Zambeze, em particular.