Aquilo que distingue efetivamente as organizações e as suas propostas de valor para o mercado, é a sua capacidade para executar a estratégia definida.
Naturalmente que podemos sempre começar por avaliar o modelo estratégico. Mas, as ferramentas de criação e desenvolvimento de estratégia evoluíram muito. E, todos nós, nas nossas organizações, deparamo-nos com ferramentas como o Design Thinking (onde se enfatiza a cocriação), Blue Ocean Strategy (criação de novos mercados onde não haja competição, em detrimento de se disputar mercados existentes), a Matriz GE-McKinsey (prioriza áreas de negócios ou produtos), o SPACE ou Matriz de Posicionamento Estratégico (analisa quatro dimensões – estabilidade ambiental, força competitiva, vantagem competitiva e força financeira), o Framework OKR (define objetivos claros e mensuráveis com resultados chave para medir progresso e sucesso) e também o Strategic Foresight (envolve a criação de cenários futuros para antecipar mudanças e planear com flexibilidade). Todos estes modelos, ajudam as organizações a assentarem o seu road map estratégico numa base muito sólida, mas com a dinâmica de poder a ser revista e atualizada em ciclos mais curtos.
A realidade é que uma estratégia brilhante não vale nada sem uma execução eficaz.
Mas, de acordo com um estudo de 2023 da Consultora Gartner (The 5 Pillars of Successful Strategy Execution), embora as organizações gastem imenso tempo, esforço e investimento a formular os seus objetivos e estratégias, mais de metade falha em executar essas estratégias de forma eficaz.
Há uma tendência para romantizar o planeamento estratégico, tratando-o como uma solução para todos os problemas, enquanto a execução, que envolve desafios reais, como a gestão de pessoas, a adaptação às mudanças e resolução de problemas, recebe uma atenção menor. A realidade é que uma estratégia brilhante não vale nada sem uma execução eficaz.
Para as nossas áreas de Logística e Cadeia de Abastecimento, a execução operacional da estratégia é a chave para alcançar os objetivos organizacionais e impulsionar o crescimento. E o foco em lideranças operacionais capazes de assegurarem:
1. o alinhamento com os objetivos estratégicos: a execução operacional garante que as atividades diárias da empresa estejam alinhadas com os seus objetivos estratégicos de médio e longo prazo. Assegurar que as nossas equipas, responsáveis pela “execução”, são conhecedoras dos objetivos estratégicos e que se sentem comprometidas com o cumprimento dos mesmos, é o caminho que ajuda a manter a organização focada nas suas metas principais. No estudo de 2023 da Gartner, conclui-se que 67% dos Colaboradores não entendem o seu papel nas iniciativas de crescimento e desenvolvimento da organização. Esta falta de adesão reduz o compromisso e a motivação dos Colaboradores para a ação, acentua a comunicação informal que carece de credibilidade, aumenta a resistência à mudança e, com isso, o custo da execução.
2. a eficiência e eficácia: com o compromisso e o alinhamento das equipas, uma boa execução operacional vai acentuar a eficiência e eficácia das operações. O foco vai estar, naturalmente, na maximização da produtividade de curto prazo, reduzindo desperdícios e otimizando recursos (utilizando princípios Lean para eliminar etapas que não agregam valor), automatizando tarefas repetitivas (adotando, por exemplo, ferramentas digitais como RPAs – robotic process automation), na definição de prioridades (diversas ferramentas e metodologias que podem ajudar na priorização de tarefas como a matriz Eisenhower ou a matriz GUT), na monitorização de resultados (KPIs claros e mensuráveis para acompanhar as metas operacionais) e numa comunicação interna eficaz (assegurar que as equipas tenham acesso a informações de forma clara e em tempo real, utilizando ferramentas de colaboração como Microsoft Teams e outras).
3. capacidade de adaptabilidade: empresas com uma execução operacional eficaz são mais ágeis e capazes de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado. Isso é vital para a sobrevivência e crescimento em ambientes de negócios dinâmicos.
4. a promoção da Cultura Organizacional: a execução operacional bem-sucedida promove uma cultura de responsabilidade entre as equipas, aumentando o compromisso e sentido de pertença. Tornando mais fácil o alinhamento com o DNA da organização.
5. o desempenho financeiro: a execução eficaz da estratégia operacional está diretamente ligada ao desempenho financeiro da empresa. Empresas que executam bem suas estratégias tendem a ter melhores resultados financeiros.
De acordo com o mesmo estudo, quando as organizações conseguem desbloquear a capacidade de executar a estratégia de crescimento, aumentam os resultados em 77%.
Na logística e na cadeia de abastecimento, a excelência na execução operacional não é apenas uma meta, é o motor que transforma estratégias em movimento, conecta-se com os nossos parceiros e Clientes ao redor do mundo e garante que cada entrega conta uma história de compromisso e eficiência.
LUÍS CRUZ
Diretor de Operações – Logística Sonae MC
Membro da Direção da APLOG
Interessante! um outro exemplo de que quando se simplifica e se desburocratiza caminha-se sempre para resultados positivos e gera-se riqueza!