A compra e venda de navios porta-contentores em segunda mão mais do que duplicou, no primeiro semestre deste ano, em termos homólogos. Os feeders são os mais procurados.
Os dados são da VesselsValue e da BIMCO. Até ao final de Junho, mandaram de mãos 277 porta-contentores usados, representando uma capacidade de transporte de 922 203. Face à primeira metade de 2020, o número de negócios mais do que duplicou (136 há um ano), ainda que a capacidade apenas tenha aumentado 40,1%.
Foram mais navios, mas mais pequenos, com uma capacidade média de 3 403 TEU. O que se explica pela predominância dos navios feeder (com capacidade até 3 000 TEU) nas compras e vendas realizadas.
Na verdade, contaram-se 167 feeders transaccionados, o que representa um aumento homólogo de 165,1%. Post-panamaxes, o segundo grupo mais representado, foram apenas 54. E ULCS, de mais de 10 000 TEU, apenas cinco.
O aumento da compra e venda de porta-contentores explica-se pelo crescimento da procura por transporte e pela escassez de capacidade disponível, que faz aumentar as receitas do transporte, mas também os custos de fretar navios, tornando mais apetecível comprar navios, ainda que a preços mais caros, o que também seduz quem os tem a vendê-los, e assim sucessivamente.
No primeiro semestre, venderam-se, com tudo issso, muitos mais navios, e a preços mais elevados. No segmento dos navios feeder, e considerando os negócios de que se conhecem os valores, o preço atingiu, em Junho, os 17,6 milhões de dólares, em média, o que é mais de quatro vezes o valor médio (quatro milhões de dólares) praticado há apenas um ano.
A MSC tem sido, de muito longe, a companhia mais activa no mercado de navios usados, tendo adquirido 70 desde Agosto de 2020. E parece não ir ficar por aí.