O e-commerce aumentou com a pandemia, e com isso aumentaram as devoluções. As necessidades de espaço de armazém medem-se por milhões de metros quadrados, calcula a Savills.
Até 2025, serão precisos mais 8,6 milhões de metros quadrados de espaço nos armazéns das empresas de entregas na Europa para dar resposta ao crescimento do e-commerce, conclui um estudo realizado pela consultora internacional Savills.
Com o aumento das compras online, aumentam também as devoluções, desde logo porque os consumidores não podem experimentar os artigos. O estudo da Savills aponta para que o número de devoluções de bens comprados online seja já superior ao número de devoluções de compras em loja.
Assumindo que 20% dos bens comprados online, entre 2021 e 2025, serão devolvidos, estima-se que as empresas de entregas de encomendas na Europa precisarão de mais 1,7 milhões de metros quadrados para acomodar e processar o retorno dos produtos, avança a consultora.
“O comércio online veio transformar profundamente os hábitos de compra dos portugueses, com repercussões que vieram colocar à prova, não só os modelos de distribuição, mas também os espaços de armazenagem das empresas distribuidoras. São agora necessárias soluções de gestão de devoluções com áreas de armazéns destinadas a esse fim. As devoluções advindas do comércio online são mais uma variante que está a obrigar à reestruturação necessária de espaços logísticos existentes ou à procura de instalações complementares”, comenta, citada em comunicado, Alexandra Portugal Gomes, Market Research Associate da Savills Portugal.
Com base em dados da Effigy Consulting, a análise da Savills aponta que foram entregues na Europa um total de 12,3 mil milhões de encomendas em 2019.
“Será interessante observar se, quando as lojas de retalho reabrirem no pós-confinamento, os retalhistas as utilizarão como centros de devolução, marcando uma transformação no papel das lojas como pontos de compra”, comenta, por seu turno, Marcus de Minckwitz, Regional Investment Advisory EMEA Director da Savills, também citado no comunicado.
Certo é que cada país e, no limite, cada empresa terá uma estratégia diferente para lidar com o aumento das compras online e das devoluções e com a necessidade imperativa de reduzir a pegada ecológica de todo o processo.