Os responsáveis pelo porto de Veneza querem construir um terminal offshore com capacidade para operar navios de até 20 mil TEU.
“Roterdão movimenta 12 milhões de TEU, Génova 2,8 milhões. Veneza cerca de 450 mil. Com o terminal offshore, podemos desenvolver o porto e proteger a lagoa. Será que, realmente, queremos manter Veneza como uma Disneylândia das artes, preservada em naftalina?”, questionou o presidente da Autoridade Portuária de Veneza, numa entrevista publicada pela revista semanal “Sette”, do “Corriere de la Sera”.
Nessa entrevista, Paolo Costa criticou um relatório recente da UNESCO que recomenda a proibição de navios gigantes na lagoa de Veneza, alegando que o documento está “cheio de erros”, e reafirmando que a cidade italiana “não pode abandonar a indústria de cruzeiros”.
Aquele responsável destacou, contudo, que a indústria de cruzeiros é “apenas uma pequena parte” do seu projecto para o porto italiano.
“Hoje, temos uma oportunidade histórica: tornarmo-nos novamente uma ligação entre o Ocidente e o Oriente através da construção de uma grande porta para o Adriático Norte”, defendeu.
Para Paolo Costa, afastar os navios da cidade “é uma visão necrófila”, pois, disse, “sem a actividade do porto, Veneza morre”. “É por isso que eu estou a fazer todos os esforços para que o terminal offshore para ser construído”, rematou.
A construção do novo terminal de contentores offshore implicaria um investimento de 2,6-3,6 mil milhões de dólares, a financiar por dinheiros públicos e fundos privados. Segundo Paolo Costa, a dragagem do novo canal poderia iniciar-se dentro de dois anos.
Actualmente, a movimentação de contentores no porto de Veneza está concentrada no terminal de Porto Marghera.