Armadores e carregadores só acreditarão de novo, a sério, no porto de Lisboa quando houver acordo sobre o novo CCT dos trabalhadores portuários, prevê o presidente da AGEPOR.
Apesar de em 2013 não se terem registado paralisações no porto de Lisboa, o facto é que o movimento de mercadorias na capital não recuperou das perdas sofridas anteriormente. Pelo contrário. O presidente da associação dos agentes de navegação diz que falta confiança aos armadores e carregadores.
“O novo CCT [dos trabalhadores portuários] é essencial para que Lisboa tenha de novo condições para se desenvolver. Lisboa tem sido muito castigado. Mas os armadores só vão sentir verdadeira confiança quando houver acordo. Porque as paralisações nos portos causam disrupções nas cadeias logísticas e prejuízos elevadíssimos aos armadores”, avisa o dirigente.
O mesmo se diga relativamente aos carregadores. “Em 2012, a situação atingiu tais proporções que eles foram “obrigados” a “aprender” circuitos alternativos para o encaminhamento das mercadorias. E agora Lisboa até pode ser a opção mais competitiva mas sem confiança é difícil regressarem”.
Rui d’Orey diz-se, todavia, confiante num acordo sobre o CCT. “As negociações têm seguido o seu curso. É natural que sejam demoradas. Porque ambas as partes estão confrontadas com uma realidade muito diferente daquela em que viveram durante décadas. É preciso apreenderem essa realidade e transformá-la em propostas, e trabalhá-las em conjunto. Mas acredito que esse acordo vai acabar por acontecer”.
E quando isso acontecer… Rui d’ Orey não tem dúvidas: ”Lisboa tem os seus trunfos. Assim todas as partes trabalhem em conjunto na dinamização do porto”.