O porto de Viana de Castelo tem potencial e planos para dar um “salto gigante”. Falta que o próximo Orçamento de Estado contemple o necessário financiamento. O presidente da comunidade portuária diz-se confiante.
Logo quando a APDL já teria acertado o financiamento pelo Orçamento de Estado (à falta do PRR…) dos investimentos necessários a quebrar o ciclo vicioso de diminuição dos volumes movimentados em Viana do Castelo, o Governo caiu e tudo, ou quase, voltou à estaca zero. Ainda assim, em entrevista ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Manuel Cunha Júnior, presidente da Comunidade Portuária vianense, mostra-se esperançado e optimista.
O plano de investimentos, realizado na sequência do estudo de perfil do porto da foz do Lima (uma proposta e reivindicação da comunidade portuária, sublinha o seu presidente), aponta para um “novo” porto. Manuel Cunha Júnior escusa-se a revelar os montantes envolvidos, mas dá conta que previstos estão o prolongamento da frente de cais, o aumento dos fundos, uma nova rampa ro-ro, o aumento da área de terraplenos com a criação de uma segunda área empresarial dentro do perímetro portuária,…
Investimentos que se justificam, sustenta o presidente da Comunidade Portuária de Viana do Castelo, porque o estudo de perfil do porto demonstrou que há capacidade de crescimento da actividade, mas falta espaço e investimentos em infra-estruturas e equipamentos. E demonstrou também que há necessidade – e vantagem – de melhorar as condições para as operações ro-ro, porque há muitas empresas na região que trabalham com ro-ro mas noutros portos e importa recuperar os serviços e as cargas (e os passageiros!) perdidos. Como demonstrou ainda (se necessário…) que há que aproveitar o potencial que representam os desenvolvimentos previstos para a eólica offshore na zona de Viana, sintetiza Manuel Cunha Júnior.
Ao nível das acessibilidades, prevê-se apenas a reserva de espaço para uma futura ligação ferroviária. Sendo que, pelo menos no imediato, o presidente da Comunidade Portuária não a vê como uma primeira necessidade , dados os bons acessos rodoviários (e serão ainda melhores em breve) ao porto de mar, sem conflitos com o tráfego citadino, e também o facto de o transporte contentorizado não ser uma prioridade para o porto.
Manuel Cunha Júnior assumiu a presidência da Comunidade Portuária de Viana do Castelo, sucedendo a Luís Paz da Silva. Presidente da Associação Empresarial do Distrito de Viana e da Câmara de Comércio e Indústria local, o novo presidente não é um homem do sector marítimo-portuário mas, como diz, sente-se bastante confortável no novo papel, até porque nos últimos três anos integrou a anterior Direcção, gente extremamente competente e conhecedora com quem aprendeu muito, e que no essencial se mantém no novo mandato.