A Vinci assinou hoje com o governo de Cabo Verde o contrato de concessão dos sete aeroportos do país por um período de 40 anos.
O acordo hoje assinado prevê o pagamento pela Vinci de uma “comissão de entrada” de 80 milhões de euros, entregue em duas tranches. A primeira parcela, de 35 milhões de euros, na data de início da concessão e os restantes 45 milhões de euros no momento em que se registe a recuperação do tráfego registado em 2019 ou, no primeiro trimestre de 2025, conforme o que aconteça primeiro.
O grupo Vinci terá ainda de pagar anualmente uma percentagem das receitas brutas ao estado de Cabo Verde: 2,5% de 2022 a 2041, 3,5% de 2042 a 2051 e 7% de 2052 a 2061.
Ao longo dos 40 anos do contratro, a concessionária compromete-se a investir 619 milhões de euros, dos quais 281 milhões de euros para a ampliação das infra-estruturas portuárias e os restantes 338 milhões de euros para manutenção pesada.
O contrato de concessão prevê igualmente a integração de até 382 (serão pelo 306) dos actuais cerca de 500 trabalhadores da empresa estatal Aeroportos e Segurança Aérea (ASA).
Após a cerimónia de hoje haverá um período de transição de seis meses. O início da concessão terá de ocorrer no prazo máximo de 12 meses a contar de hoje.
“A rede Vinci Airports inclui agora oito aeroportos no Brasil, dez em Portugal e sete em Cabo Verde. A língua portuguesa é agora a língua mais falada na Vinci Concessions”, sublinhou, no final da assinatura do contrato de concessão de serviço público aeroportuário, Nicolas Notebaert, director-executivo da Vinci para as concessões internacionais.
O grupo Vinci já criou uma empresa em Cabo Verde para gerir a concessão dos aeroportos e aeródromos nacionais, na qual a ANA detém uma posição de 30%.
“A ANA será naturalmente um parceiro privilegiado da nova concessionária. Não só pelos laços históricos que unem Cabo Verde e Portugal, mas porque para além da língua, a ANA conhece bem as especificidades dos territórios insulares e partilha com Cabo Verde os mesmos interlocutores no mundo económico”, destacou Nicolas Notebaert.
“Nunca esqueceremos que nos tornámos líderes há dez anos quando ganhámos a concessão da ANA em Portugal, e assumi o compromisso de fazer da ANA o nosso ‘porta-estandarte’ para se desenvolver em todo o mundo, especialmente lusófono: Brasil, e hoje Cabo Verde. Acreditamos no potencial de Cabo Verde e esta confiança será certamente percebida, como aconteceu em Portugal em 2013, como um sinal muito positivo por parte dos investidores internacionais”, acrescentou o administrador do grupo francês.