Portugal deve ser “mais audaz” no uso de apoios financeiros comunitários no sector dos transportes e não deve deixar de recorrer ao Fundo de Coesão, aconselha a comissária europeia Violeta Bulc.
“Posso dizer que Portugal usou muito bem as subvenções, mas não usou qualquer outro instrumento até agora no investimento nos transportes, por isso convido-vos a serem um pouco mais audazes em construir capacidades para
instrumentos financeiros e usem, especialmente, os ‘blending’ [conjugação de subvenções e de empréstimos] e as garantias”, instou.
Numa audiência na Assembleia da República, ontem, a titular da pasta dos Transportes no Executivo comunitário disse haver muitos projectos no sector dos transportes que não precisam de subvenções, que são “uma muito preciosa fonte de co-financiamento que deve ser utilizada em projectos que não atraiam investidores privados”.
As subvenções devem ainda servir para “preencher hiatos regionais e ligar regiões que não sejam atractivas, no sentido do lucro”, pelo que para outros projectos devem ser usados “instrumentos mais flexíveis e inovadores”,
argumentou.
A comissária garantiu que o dinheiro da Coesão e as subvenções vão continuar, mas que “as subvenções não serão suficientes” para continuar o “espírito inovador”. E lembrou que a União Europeia tem pela frente desafios como a
Defesa, questões ligadas aos refugiados e a saída do Reino Unido do seio dos 28, o denominado Brexit.
Entre as várias soluções está o aliar vários instrumentos de financiamento, como aconteceu com o lançamento do troço ferroviário Elvas-Évora, oficializado segunda-feira, exemplificou a comissária, defendendo que cada novo projecto deve beneficiar a União Europeia.
A comissária recordou a meta para 2023 para uniformização dos sistemas ferroviários europeus, para que os comboios possam ir de Lisboa a Helsínquia sem pararem nas fronteiras nem trocarem de locomotiva, ao contrário do que se passa hoje “com perdas de eficiência e dinheiro”.
A responsável recordou ainda que Portugal recebeu “1,5 mil milhões de euros em subvenções” através do orçamento europeu, mas solicitou que seja usado o “resto do dinheiro da coesão territorial em 2018 e 2019”. “Porque se não o envolverem completamente, será demasiado tarde”, avisou.
Mas com o IRC mais alto e menos competitivo da UE não há milagras porque as empresas não investem por sermos simpáticos e acolhedores ou por termos boa comida é preciso varrer a geringonça rapidamente !
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