A futura presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pretende criar novas ecotaxas sobre o sector dos transportes nos primeiros 100 dias de mandato.
O objectivo da alemã é que a Europa atinja a neutralidade climática em 2050. Daí que prometa mudanças na política ambiental aplicada aos transportes, com a criação ou alargamento de ecotaxas. “As emissões de CO2 devem ter um preço. Todas as pessoas e sectores terão de contribuir”, aponta o documento em que apresenta a agenda política 2019-2024.
Von der Leyen anuncia que proporá “a expansão do esquema de comércio de emissões para cobrir o transporte marítimo e reduzir os direitos de emissões atribuídos gratuitamente às companhias aéreas”.
“Os diferentes sistemas terão de convergir até 2030 se quisermos ser climaticamente neutros até 2050”, salienta a nova presidente da Comissão Europeia.
A sucessora de Claude Juncker pretende, por outro lado, que se crie “um imposto sobre o carbono na fronteira para evitar fugas de carbono”, com o objectivo de garantir que as companhias europeias “possam competir em igualdade” de condições com empresas de outras paragens, menos rigorosas em termos ambientais. “Isso deve estar em total conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio: começará com uma série de sectores seleccionados e será gradualmente ampliado”, explica a agenda política.
Em complemento a estas novas exigências, Von der Leyen propõe transformar o Banco Europeu de Investimento no Banco Europeu do Clima, de modo que 50% do seu financiamento seja dedicado à luta contra as alterações climáticas em todo o mundo.
A próxima presidente da Comissão Europeia refere-se ainda à necessidade de “levar a união aduaneira para um novo nível”. O objectivo é dotar a União Europa de “um quadro mais sólido que nos permita proteger” melhor os seus cidadãos e o mercado único. “Vou propor um pacote ambicioso para uma abordagem europeia integrada, destinada a reforçar a gestão dos riscos aduaneiros e apoiar controlos eficazes por parte dos Estados-membros”, afirma Ursula von der Leyen.